Jorge Guimarães anuncia Capes África
29/05/2014

O continente africano terá uma Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior: a Capes África. A novidade foi anunciada por Jorge Guimarães, presidente da Capes, durante a cerimônia de entrega da Medalha Henrique Morize promovida pela a Academia Brasileira de Ciências (ABC), o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no dia 23, no Rio de Janeiro. Guimarães foi homenageado por sua extraordinária contribuição à Ciência Brasileira e para celebrar seus dez anos à frente da Capes.

 

De acordo com Jorge Guimarães, a Capes África atenderá 19 centros de pesquisa que serão montados pelo Banco Mundial em dez países africanos entre eles Nigéria, Quênia e Moçambique. "Será um 'clone' da nossa Capes ou algo semelhante com o mesmo modelo", declarou. Para definir o formato que será adotado, uma comitiva com especialistas de diferentes áreas segue para Dakar no próximo dia 9 de junho. Além de Guimarães, o grupo será formado por Carlos Morel, pesquisador da Fiocruz (Saúde); Maurício Antônio Lopes, presidente da Embrapa (Agricultura); Virgílio Almeida, secretário de Política de Informática do MCTI (Tecnologia da Informação); Álvaro Prata, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI (Engenharia) e mais um representante da área de tecnologia de alimentos. "Essas são as áreas dos centros africanos que serão feitos. Vamos discutir em Dakar a melhor estratégia para desenvolver esse trabalho", disse Guimarães.

 

Além de apresentar o projeto Capes África, em seu discurso, Jorge Guimarães destacou os desafios que ainda tem pela frente. "Muitos perguntam se estou cansado, mas não estou nem um pouco cansado. Há tantas opções para se fazer na educação e na ciência e tecnologia. Inúmeras ações para o avanço dessas áreas", declarou. Segundo Guimarães, está em estudo um modelo Capes voltado para a educação básica. "Hoje 8,5% da população brasileira tem nível superior, mas temos uma educação básica extremamente frágil. Precisamos de avanços enormes nessa área, diante disso não podemos cansar", disse ainda.

 

Medalha inédita - Jorge Almeida Guimarães completou dez anos à frente da Presidência da CAPES/MEC, no dia 14 de março. Para homenageá-lo a ABC entregou a Medalha Henrique Morize, que foi outorgada pela primeira vez e leva o nome de um dos fundadores da ABC e seu primeiro presidente, que atuou entre 1916 e 1926. "É muito simbólico que Jorge seja o primeiro a receber esta medalha, por sua histórica contribuição para a ciência brasileira como um todo e por seu trabalho a frente da Capes nesses dez anos", afirmou o presidente da ABC, Jacob Palis.

 

O presidente da Capes também recebeu uma comenda da Ordem do Mérito José Bonifácio, honraria máxima da UERJ que já foi concedida a presidentes da república. "É uma homenagem singela diante do tamanho da atuação acadêmica de Jorge Guimarães. É sim uma honra para a UERJ. Ele passa a fazer parte da história dessa casa", declarou o reitor Ricardo Vieiralves.

 

Durante a gestão de Guimarães, a Capes teve um aumento substancial de seu orçamento, que cresceu seis vezes, e Jorge Guimarães soube gerir esses recursos como ninguém. A última década foi marcada pelo crescimento de nossa produção científica e do número de revistas brasileiras indexadas internacionalmente. Hoje, a produção científica do Brasil corresponde a 2,7% no ranking mundial, enquanto que no início da presidência de Jorge Guimarães esse percentual se aproximava de 1%. Em várias áreas do conhecimento, houve ainda melhora expressiva do número de citações de nossos artigos em revistas qualificadas internacionalmente em relação à média mundial.

 

Também participaram da cerimônia o secretário de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Alexandre Vieira; o presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Ruy Garcia Marques; o vice-presidente do Inmetro, Oscar Acselrad; o vice-reitor da UERJ, Paulo Roberto Volpato Dias, além de outros acadêmicos dessa universidade.

 

(Edna Ferreira / Jornal da Ciência)