Débora Motta
Divulgação |
Protótipo do sistema: ao tocar determinada área da imagem digital gerada em exame médico, ela é ampliada |
Contemplado pelo edital de Apoio ao Desenvolvimento da Tecnologia da Informação no Estado do Rio de Janeiro - 2010, da FAPERJ, o sistema está sendo aprimorado por três jovens engenheiros da Ice Interactive, uma empresa incubada no Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da UFRJ. Os sócios são Rafael Amaro da Fonseca e Silva, Simon Medeiros Soares e Allan Almeida Dieguez, graduados no curso de engenharia eletrônica e da computação pela universidade.
O software vai permitir que o usuário manipule as imagens projetadas na própria superfície escolhida. Primeiro, o sistema reproduz as imagens do computador onde ele está instalado. Depois que as imagens são projetadas na superfície utilizada, uma câmera de vídeo reconhece os comandos de ação por meio dos movimentos realizados pelo usuário. Para isso, foram gravados no software alguns principais padrões de gestos, para serem reconhecidos quando os movimentos forem executados em frente da câmera.
De acordo com Rafael Silva, a ideia é utilizar o novo software para aplicações médicas. "Queremos simplificar a visualização de imagens médicas e, com isso, facilitar os diagnósticos dos profissionais de saúde", explica. Isso será possível porque o sistema vai facilitar a observação de pequenos detalhes das imagens digitais captadas durante os exames médicos.
"Ao examinar a imagem digital de algum órgão do corpo humano, por exemplo, o médico poderá tocar em um ponto específico. Em seguida, a imagem poderá ser ampliada várias vezes, em um efeito zoom, além de poder ser girada", diz Rafael. Ele ressalta que, com a interface multitoque, o médico poderá manipular a imagem de forma mais intuitiva, aumentando a área de interesse mais do que ele poderia na tela restrita de um computador pessoal.
O único pré-requisito para poder projetar imagens sobre qualquer superfície será a instalação de uma câmera, que pode ser até uma simples web cam. "Será necessário ter uma câmera de vídeo conectada ao computador e virada para os movimentos que forem realizados na superfície escolhida", assinala Rafael, lembrando que apenas serão captados os movimentos que forem previamente programados para ser reconhecidos.
A interatividade é mais uma vantagem que o sistema em desenvolvimento pode apresentar. Segundo Rafael, uma possibilidade é que o médico possa acessar um banco de dados e verificar o histórico do paciente registrado no computador. Outra vantagem será o custo. Apesar de ainda estar longe de finalizado - o projeto deve levar uns dois anos para ser concluído -, as expectativas são de que o sistema seja mais acessível do que os touch screen encontrados atualmente no mercado. "O fato de dispensar o uso de sensores pode baratear o produto", conclui, dizendo que está aberto a futuras parcerias com redes hospitalares.
© FAPERJ - Todas as matérias poderão ser reproduzidas, desde que citada a fonte.