O Centro de Documentação de Línguas Indígenas (Celin) do Setor de Linguística do Museu Nacional (MN) recuperou manuscritos inéditos referentes ao povo Yawalapiti, do Alto Xingu. São cadernos de campo de 1976, oriundos de uma pesquisa que integrou o projeto Estudo Sincrônico de Línguas Indígenas do Alto Xingu.
Os manuscritos escaparam do incêndio que atingiu o Palácio Imperial de São Cristóvão em 2018 e, um ano depois, passaram por um processo de recuperação digital, seguido de tratamento editorial e artístico. O resultado está disponível ao público em forma de livro, com 257 páginas e uma vasta documentação linguística do vocabulário Yawalapiti. Os primeiros registros desta língua foram feitos em 1894 pelo etnólogo alemão Karl von den Steinen.
A recuperação desses manuscritos integra as ações de curadoria do Celin e se articula a outras atividades do Setor de Linguística do MN, como a divulgação científica. O produtor cultural Nicolas Alexandria, um dos responsáveis por essas atividades, enxerga na publicação um estímulo para outras iniciativas. “Nós estamos muito felizes com a salvaguarda do material linguístico dos Yawalapiti. Precisamos valorizar as iniciativas dos próprios povos indígenas, com seu protagonismo, para manutenção das suas línguas e culturas. O que fazemos no Setor de Linguística é procurar uma intersecção positiva entre a nossa produção cultural e a dos indígenas do/no Brasil com a produção científica de ponta, inclusive proporcionando a inserção de alunos indígenas nesse universo acadêmico”, afirma.
O livro Documentos do Projeto Estudo Sincrônico de Línguas Indígenas do Alto Xingu (Rio de Janeiro: Museu Nacional, UFRJ, 2019) pode ser acessado neste link.
Fonte: Site UFRJ (Adaptada)
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