IE UFRJ faz previsões econômicas pós-pandemia
14/05/2020

Foto: Artur Moês - Coordcom/UFRJ

O Instituto de Economia (IE) lançou o artigo Impactos Econômicos e Setoriais da COVID-19 no Brasil, em que analisa possíveis cenários após o fim da pandemia. O estudo chega a uma conclusão sem precedentes: se ações mitigatórias não forem realizadas, o Produto Interno Bruto (PIB) do país pode sofrer uma retração de até 11% em um cenário pessimista.

Os economistas traçaram três possíveis cenários: otimista, referência e pessimista. O cenário otimista prevê uma diminuição de 3,1% do PIB, enquanto o referência e o pessimista preveem 6,4% e 11% respectivamente. Segundo Esther Dweck, professora do IE e coordenadora do estudo, os dois últimos cenários não têm precedentes na série histórica. “De acordo com a postura do governo e da população, estamos mais próximos do cenário de referência, já que existem políticas de mitigação, embora insuficientes, e a taxa de isolamento tem caído, o que posterga a crise, pois exige medidas mais duras”, explica.

Os principais impactos serão sentidos no desemprego e agravamento da desigualdade social, com maior prejuízo no comércio, construção civil e indústrias extrativistas e de transformação. Tais setores podem computar uma perda de cerca de 8,3 milhões de vagas no mercado de trabalho, no cenário referência, chegando a 14,7 milhões.

Segundo Dweck, é importante garantir primeiro a transferência de renda para as famílias mais afetadas de maneira mais ampla e ágil do que a que tem sido realizada com o auxílio emergencial, tanto para trabalhadores informais, quanto para os que possuem carteira assinada bem como políticas para auxiliar empresas para que não aumentem os números de demissões já altos nas pesquisas referentes ao mês de março.

A equipe do IE continua analisando informações para manter a pesquisa sempre atualizada conforme o andamento da crise. Dados sobre a produção industrial e o emprego referentes ao mês de março, início da COVID-19 no Brasil, já estão sendo computados para que os cenários possam ser constantemente reavaliados. “O nosso objetivo é ter um instrumento capaz de auxiliar na formulação de políticas públicas e não apenas realizar uma previsão econômica. Precisamos pensar em ações capazes de mitigar a crise”, conclui.

Para mais informações sobre a pesquisa

Clique aqui para acessar a notícia na íntegra.

Fonte da notícia: Site UFRJ (Adaptada)